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Pensamentos automáticos na escola: Como anda a sua flexibilidade cognitiva?

Este questionário não é um teste psicológico, não tem caráter de diagnóstico e não deve ser usado para julgar, rotular ou definir quem você é. A intenção aqui é muito simples: te oferecer um momento de pausa, reflexão e autoconhecimento.

Na escola, enfrentamos muitos desafios, pressões e reações automáticas que fazem parte da correria do dia a dia. Nem sempre temos tempo — ou espaço — para perceber os nossos próprios pensamentos e padrões. Este questionário é um convite leve e respeitoso para você se observar com curiosidade, sem culpa e sem rigidez.

Lembre-se: pensamentos automáticos não te definem. Eles apenas mostram onde a sua atenção pode crescer. Que este momento seja útil, respeitoso e gentil com você.

"Com qual frequência você pensa ou já pensou algo parecido?"

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Como seus pensamentos podem estar influenciando seus conflitos na escola?

1 / 12

“Aluno bom é aquele que não dá trabalho.”

2 / 12

“Nota baixa = preguiça.”

3 / 12

“Se eu não for firme, eles montam em mim.”

4 / 12

“Se não ficarem em silêncio, não vão aprender.”

5 / 12

“Se não tirou boa nota na prova, é porque não estudou.”

6 / 12

“Se não deu certo com todos os alunos, é porque não funciona.”

7 / 12

“Sala boa é sala silenciosa.”

8 / 12

“Sem disciplina, não tem como ensinar.”

9 / 12

“Se não parar quieto, não aprende.”

10 / 12

“Quem está distraído, não está nem aí pra aula.”

11 / 12

“Se não está prestando atenção, está desrespeitando o professor.”

12 / 12

“Se não me respeita, é porque me odeia.”

Sua nota é



Como seus pensamentos automáticos  podem ampliar os conflitos na escola?

O pensamento polarizado acontece quando enxergamos o mundo de forma muito rígida, dividindo tudo em extremos: ou certo ou errado, ou bom ou ruim, ou funciona ou não funciona. Esse modo de pensar pode até parecer lógico em algumas situações. 

Mas, quando se torna automático, tende a aumentar os conflitos nas relações dentro da escola — seja com alunos, colegas de trabalho ou com as famílias. Isso acontece porque o pensamento polarizado reduz o espaço para o diálogo. Quando acreditamos que ou a pessoa concorda comigo, ou está contra mim, escutamos menos e ficamos mais preocupados em convencer do que em compreender.

Outro efeito do pensamento polarizado é que ele aumenta a sensação de ataque pessoal. Quando interpretamos críticas ou discordâncias como sinal de desrespeito, podemos reagir com defensividade — deixando de lado a curiosidade e o desejo de entender melhor o outro.

Tudo isso prejudica o vínculo e a confiança. Pessoas que se sentem julgadas ou rotuladas se afastam. Alunos deixam de pedir ajuda, colegas se fecham, famílias evitam conversas. O caminho para lidar com isso não é eliminar os pensamentos automáticos — eles fazem parte de todos nós. Mas podemos aprender a flexibilizar esses pensamentos.

Uma boa prática é fazer perguntas antes de tirar conclusões rápidas e tentar entender o que a outra pessoa está querendo dizer ou pedir por trás de uma fala ou comportamento. Todo mundo tem pensamentos automáticos. O mais importante é perceber quais pensamentos aparecem mais no seu dia a dia — e como eles podem afetar as suas relações e os conflitos na escola.

Isso não significa concordar sempre. Significa escutar mais, reagir melhor e construir relações mais respeitosas e colaborativas.

 

“Só porque você está CERTO, não significa que eu estou ERRADO“.

Quando não conhecemos o pensamento polarizado, rotulamos: "Que pessoa teimosa!"

O problema de usar o rótulo “teimoso” é que ele não ajuda a resolver o conflito. Pelo contrário: ele fecha o diálogo, aumenta a distância e faz a pessoa se sentir desqualificada.

Agora que você conhece o conceito de pensamento polarizado, existe um caminho mais respeitoso e inteligente: perceber que essa rigidez pode não ser má intenção — pode ser um padrão automático, que a pessoa talvez nem saiba que tem. Ao invés de rotular, vale a pena perguntar:

“O que será que existe por trás dessa insistência? O que será tão importante pra ela, a ponto de querer defender essa ideia com tanta firmeza?”

Flexibilizar o pensamento é um exercício. E, muitas vezes, o primeiro passo não é mudar o outro. É mudar o modo como olhamos para o outro.



O que são pensamentos alternativos? E como usar?

Pensamentos alternativos são outras formas de enxergar uma situação. Eles não servem para “anular” o que você pensa ou sente, mas para ampliar o seu olhar quando perceber que um pensamento automático está te deixando cansado, irritado ou preso em um conflito. Na prática, o pensamento alternativo funciona como uma pergunta interna:

→ Será que existe outro jeito de olhar para isso?
→ Será que existe outra explicação possível?

Quando usamos pensamentos alternativos, criamos espaço para observar melhor a situação, reduzir julgamentos e escolher respostas mais respeitosas — com o outro e com a gente mesmo. Não é pensar positivo à força. É treinar flexibilidade mental. Quanto mais praticamos, mais fácil fica perceber os padrões automáticos que surgem e escolher caminhos diferentes.


Frases automáticas e polarizadas que escutamos (ou falamos) na escola: vale a pena repensar?

Pensar ou dizer essas frases é algo muito comum na cultura escolar. O que diferencia a nossa prática é a capacidade de reconhecer esses padrões e buscar caminhos mais flexíveis e construtivos.

Importante: essas frases aparecem porque fazem parte da cultura escolar. Elas não te definem. Reconhecer pensamentos automáticos é o primeiro passo para construir práticas mais flexíveis e leves.

Referências:

  1. BECK, Judith. Terapia Cognitivo-Comportamental: Teoria e Prática. Artmed, 2013.
    → Para a ideia de pensamentos automáticos e distorções cognitivas.

  2. ROSENBERG, Marshall. Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Ágora, 2006.
    → Para a prática da escuta e formulação de pedidos claros.

  3. HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. Editora 34, 2003.
    → Para o conceito de reconhecimento nas relações.

  4. VERÓN, Eliseo. Análise do Discurso: A construção do sentido. Editora Loyola, 2004.
    → Para a leitura das mensagens e construção dos sentidos nas falas.

  5. JUNG, Carl Gustav. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Vozes, 2013.
    → Para a ideia de personas, papéis e imagem social.

  6. UNESCO. Competências socioemocionais e educação. Relatórios diversos sobre flexibilidade cognitiva e competências do século XXI.

Enfim, talvez o que mais nos atrapalha não seja o conflito… mas a rigidez com que olhamos pra ele.

Esqueci de mencionar algum pensamento polarizado que você já ouviu ou já falou na escola? Escreve aqui nos comentários! Assim continuamos aprendendo e ampliando esse olhar juntos!

Te vejo na próxima semana!

Juliana Garcia